A UNESCO alerta que 90% da superfície terrestre do planeta pode ser degradada até 2050, com grandes riscos para a biodiversidade e a vida humana. Em uma conferência internacional em Agadir (Marrocos), Audrey Azoulay, diretora-geral da UNESCO, apelou aos 194 Estados-membros da Organização para melhorar a proteção e reabilitação do solo. A UNESCO também está realizando uma série de ações para preencher as lacunas de conhecimento científico neste campo.
François Wibaux e Romain Parlier | UNESCO
Solos saudáveis são essenciais para manter os ecossistemas e a biodiversidade, regular o clima, produzir alimentos e purificar a água. No entanto, de acordo com o Atlas Mundial da Desertificação, 75% delas já estão degradadas, impactando diretamente 3,2 bilhões de pessoas. E se as tendências atuais continuarem, essa proporção aumentará para 90% até 2050.
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| Y. Kniese & C. Dahlhaus, Atlas de Solos TERRA.vita |
Diante desse cenário preocupante, a UNESCO e a Agência Nacional para o Desenvolvimento das Zonas de Oásis e Argan (ANDZOA) do Reino de Marrocos organizaram a conferência internacional sobre solo na segunda-feira, 1º de Julho em Agadir, reunindo especialistas e representantes de mais de trinta países. Os debates conduziram a um plano de acção baseado em três objectivos principais: melhorar a protecção e a reabilitação dos solos, colmatar as lacunas de conhecimentos científicos neste domínio e reforçar o empenhamento dos jovens e das comunidades através de programas de educação e formação.
Um índice de saúde do solo e um programa-piloto
A UNESCO apoiará seus Estados-membros estabelecendo um "índice mundial de saúde do solo" em coordenação com seus parceiros internacionais. Este índice será uma medida padronizada para avaliar e comparar a qualidade do solo em diferentes regiões e ecossistemas. Permitirá identificar tendências de degradação ou melhoria, revelar quais áreas estão em maior risco e permitir uma melhor compreensão da eficácia das práticas de manejo do solo.Além desse índice, a UNESCO lançará uma iniciativa piloto para o manejo sustentável de solos e paisagens em cerca de dez sítios naturais que ajuda a proteger no âmbito de seu programa de Reservas da Biosfera. O objetivo será duplo: avaliar a eficácia dos métodos de gestão implementados nesses locais e trabalhar para garantir que o melhor desses métodos possa ser implantado em outras regiões do mundo.
Os gerentes de locais serão incentivados a desenvolver projetos inovadores de conservação do solo e manejo da terra. Será fornecido treinamento para eles, bem como para membros de agências governamentais, organizações de conservação e comunidades indígenas, para dar-lhes o maior número possível de ferramentas para proteger esse recurso essencial. Esta iniciativa também incluirá um componente educacional por meio do qual a UNESCO aumentará a conscientização e envolverá as gerações mais jovens.
Sobre a UNESCO
Com 194 Estados-membros, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura contribui para a paz e a segurança, liderando a cooperação multilateral em educação, ciência, cultura, comunicação e informação. Com sede em Paris, a UNESCO possui escritórios em 54 países e emprega mais de 2300 pessoas. A UNESCO supervisiona mais de 2000 sítios do Patrimônio Mundial, Reservas da Biosfera e Geoparques Globais; redes de Cidades Criativas, Aprendizagens, Inclusivas e Sustentáveis; e mais de 13 000 escolas associadas, cátedras universitárias, instituições de formação e investigação. Sua diretora-geral é Audrey Azoulay."Uma vez que as guerras começam nas mentes dos homens, é nas mentes dos homens que as defesas da paz devem ser construídas" – Constituição da UNESCO, 1945.
Mais informações: www.unesco.org
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